Parceiros diplomáticos desde 1974, Brasil e China estabeleceram uma relação comercial fortíssima em 2009, durante o segundo mandato do presidente Lula da Silva. Desde então, essa cooperação vem crescendo em outras áreas, entre elas, a literatura, que coloca a indústria chinesa atrás apenas dos Estados Unidos, líder mundial neste setor.
Uma delegação com 20 representantes de oito editoras chinesas veio para a Bienal do Livro Rio. Os seus livros estão expostos no estande da China International Communication Group, uma organização de publicação e comunicação em língua estrangeira com sede em Pequim. Eles usaram as instalações do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) para se conectar a editores brasileiros.
“Ficamos contentes com esse interesse da China no mercado editorial brasileiro e com o intercâmbio cultural, tanto pelas possibilidades de ampliação dos negócios como por ter contato com uma civilização antiga e muito rica”, afirmou o presidente do SNEL, Dante Cid. O presidente gravou no domingo uma entrevista para a CGTN America, canal de televisão estatal pertencente à China Global Television Network.
São editoras de vários segmentos e muitas delas nunca publicaram no país de Jorge Amado (1912-2001), dos autores brasileiros mais lidos por lá. Títulos em mandarim de arte, medicina, finanças e literatura vieram na bagagem da delegação, entusiasmada por esse intercâmbio. A China, na faixa das 580 editoras estatais e 290 editoras audiovisuais.
“Eles querem não só fazer edições como coedições. E querem também levar literatura brasileira para lá e estreitar realmente os laços. O mercado chinês é muito pujante e costuma vender 200 mil exemplares de um só livro. Essa parceria entre os dois países só tende a crescer”, estimou o editor Tomaz Adour, diretor do SNEL que participou da reunião que aconteceu no mezanino do SNEL na Bienal. O mezanino está aberto para receber reuniões de associados do SNEL e fica no pavilhão 4 da Bienal, no endereço R0.
Dois escritores chineses já abocanharam o Prêmio Nobel de Literatura: Gao Xingjian, em 2000, e Mo Yan, em 2012. Nenhum brasileiro ganhou a condecoração, mas nomes como Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade e Érico Veríssimo já foram indicados pela Academia Sueca, que criou a premiação em 1901.