Um estudo inédito realizado pelo Instituto de Psiquiatria da USP, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, trouxe à tona dados inéditos sobre a prevalência do autismo no Brasil. A pesquisa revelou que, entre crianças de 7 a 12 anos, 3,38% estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que equivale a cerca de 1 em cada 30 crianças dessa faixa etária. Os números são significativamente mais altos que a média global estimada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1 a cada 100 crianças.
A pesquisa, conduzida em escolas públicas e privadas de diversas regiões do país, foi um marco por utilizar instrumentos diagnósticos amplamente reconhecidos, como entrevistas com pais e professores e avaliações diretas das crianças. Ela apontou ainda disparidades no acesso ao diagnóstico: muitas crianças brasileiras permanecem sem identificação precoce, fator crucial para intervenções mais eficazes.
O aumento dos diagnósticos nos últimos anos reflete tanto um maior conhecimento sobre o autismo quanto a ampliação dos critérios diagnósticos. Apesar disso, ainda há um longo caminho a percorrer no Brasil, tanto em termos de políticas públicas quanto na aceitação social. Barreiras ao diagnóstico e tratamento continuam sendo desafios para muitas famílias.
Especialistas enfatizam que o diagnóstico precoce e intervenções adequadas são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA. Iniciativas educacionais inclusivas e a conscientização social são indispensáveis para garantir os direitos e a dignidade das pessoas autistas no país.