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Arte e Cultura Sábado, 01 de Agosto de 2020, 21:24 - A | A

Sábado, 01 de Agosto de 2020, 21h:24 - A | A

Menina na Caixa

Sequestro: filme retrata garota que viveu 7 anos em caixão

A \"Menina na caixa” é uma história real de uma jovem de 20 anos que, em 1977, pega uma carona na estrada para ir para a Califórnia e é sequestrada por um casal, vivendo sete anos num caixão de madeira

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Existem aberrações do comportamento humano difíceis de entender. Um desses casos está relatado no filme “Menina na caixa”, que conta a história real de uma jovem de 20 anos que, em 1977, pega uma carona na estrada para ir para a Califórnia e é sequestrada por um casal, vivendo sete anos num caixão de madeira.

Nesse período, é utilizada como escrava doméstica, fazendo os serviços da casa, além de ser estuprada e sodomizada. Graças ao arrependimento da esposa o sequestrador, ela consegue fugir e iniciar um julgamento que resultou na prisão perpetua de um homem que tinha relacionamento om a esposa e a jovem apenas para atender seus desejos de toda ordem.

O diretor Stephen Kemp obtém êxito ao mostrar a oposição entre a beleza da protagonista, interpretada com competência por Addison Timlin, antes da ser sequestrada, com os cabelos soltos ao vento na estrada, e a opressão que passa a viver, num processo de pressão mental que a leva inclusive a desperdiçar chances de fugir numa ambígua relação de medo/paixão.

O filme é uma rica oportunidade também para psicólogos refletirem sobre as complexas relações entre pessoas que são sequestradas e seus captores, a chamada Síndrome de Estocolmo, pois parecem existir fatores que geram uma dependência afetiva de quem tem a liberdade reprimida e passa a ter apenas o sequestrador como referência.

Filme cru e cruel, “Menina na caixa” traz importantes elementos para entender como vidas podem ser interrompidas por fatos fortuitos e como a mente humana é ambígua. Por um lado, gera famílias de comportamento violento como a que raptou; por outro, permite a sobrevivência psicológica mesmo nas situações mais críticas e adversas possíveis de imaginar.

 

Sobre o comentarista de cinema:

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.




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