Convidada para participar do quarto episódio do Prodecast, a Delegada de Polícia e presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Jacqueline Valadares defendeu a necessidade de valorização da Polícia Civil e reivindicou melhorias para os profissionais que atuam na Repressão ao Crime, em especial na Investigação Policial
Atuando como delegada de polícia em São Paulo desde 2012, Jacqueline Valadares tornou-se uma referência, sendo indicada ao Prêmio de Melhor Delegada de Polícia do Brasil em 2022. No mesmo ano, foi eleita para presidir o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, durante o triênio de 2022 a 2025.
Em entrevista ao Prodecast, a delegada demonstrou preocupação com o futuro da segurança pública em São Paulo, que ano após ano sofre com cortes e diminuição de seu efetivo. Segundo levantamento divulgado em fevereiro deste ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entre 2013 e 2023, o efetivo da polícia civil do estado de São Paulo, reduziu seus quadros em 19,5%, passando de 32.278, para 25.980 profissionais na ativa no estado.
“Hoje nosso deficit na polícia civil é de aproximadamente 40%, em nosso quadro. Estamos trabalhando com 17 mil profissionais a menos do que necessitamos. Recentemente tivemos a aprovação de novos policiais civis em concurso realizado no ano de 2022, entretanto, o governo optou por não nomear todos os candidatos aprovados, e que estavam aptos para fazerem parte da corporação”, destacou a Delegada em entrevista ao Prodecast.
Em paralelo a não nomeação dos novos profissionais para integrarem o efetivo da polícia civil do estado, nos últimos dias, o governo de São Paulo, gerido por Tarcísio de Freitas, gerou uma tensão na relação entre a Polícia Militar e Polícia Civil. Por meio da Secretaria de Segurança Pública, as autoridades delegaram à PM a responsabilidade pela Operação Fim da Linha, que investiga o envolvimento do crime organizado com empresas de transporte público, para lavagem de dinheiro.
O motivo do incômodo gerado com esta atitude do governo, é que desde o fim da ditadura militar no Brasil, e em especial a partir da Constituição de 1988, a Polícia Civil tornou-se a única responsável para a realização de investigações criminais. Entretanto, com a recente determinação da Secretaria de Segurança Pública, essa responsabilidade foi repassada para a Polícia Militar, que atua no patrulhamento das ruas, ou seja, diminuindo o efetivo que realiza rondas ostensivas e preventivas, desta forma deixando a população ainda mais vulnerável no dia a dia.
“A constituição federal, previu que cada polícia teria sua atribuição, Civil, Militar, Federal, todas são extremamente importantes, e elas se complementam, cada uma com sua área de atuação. Mas as organizações não podem se misturar, a partir do momento que transfiro a atribuição de uma polícia para outra, surge um enfraquecimento, deixando um setor da segurança descoberto, e quem perde com isso é a população”, explicou Jacqueline Valadares.
As declarações da delegada foram realizadas durante a gravação do quarto episódio do Prodecast, apresentado pelo Doutor Clóvis Ferreira de Araújo, ex-Delegado de Polícia de São Paulo e atualmente advogado. A diretora do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, abordou durante o programa as dificuldades da profissão, que sofre com a perda de funcionários e pelo menosprezo do Governo, que não atende as reivindicações do setor. O episódio completo foi ao ar nesta quarta-feira, 24 de abril, e está disponível pelo canal oficial da Prodetech no Youtube.
Luiz Augusto de Salles Vieira 19/08/2024
Dra. Jacqueline Valadares. Boa tarde. Meu nome é Luiz Augusto de Salles Vieira. Sou Desembargador. Fui Delegado de Polícia no início da minha carreira. Artigo da minha lavra, intitulado \"Reengenharia da Polícia Civil\", foi publicado na Revista On Line Justiça e Cidadania e na Revista Polifonia da Academia Paulista de Direito. Pretendo tentar organizar um evento em Defesa da Polícia Civil. Peço a gentileza de entrar em contato comigo por e-mail ou no WhatsApp n. 11985004710
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