A história de Mato Grosso é entrelaçada com a luta, a resistência e as contribuições dos povos negros, que desempenharam um papel essencial na construção da sociedade, cultura e economia do estado. Atualmente, cerca de 60% da população mato-grossense se declara preta ou parda, de acordo com o último censo, evidenciando a relevância dessa identidade na composição do estado.
Entre os nomes que simbolizam essa rica herança está Tereza de Benguela, líder do Quilombo do Quariterê, cujo exemplo de coragem e luta por liberdade ecoa até hoje. Outros marcos importantes da história incluem Jejé de Oyá, que trouxe vitalidade às festas sociais cuiabanas, e Zé Bolo Flô, poeta popular que conquistou Cuiabá com seus versos e é homenageado em um parque que leva seu nome.
A força feminina também está presente em figuras como Maria Taquara, que desafiou normas sociais ao usar calças, transformando-se em um ícone de liberdade. Já Mãe Bonifácia, conhecida por sua solidariedade, deixou um legado imensurável de cuidado com sua comunidade, perpetuado no parque que carrega seu nome.
No presente, a influência negra segue marcante. Adenir Carruesco, primeira desembargadora negra de Mato Grosso e presidente do Tribunal Regional do Trabalho no estado, demonstra o poder da superação e do mérito. Lindisey Catarina de Sá mantém viva a tradição afro-brasileira com iniciativas como a Lavagem da Escadaria da Igreja do Rosário. Na segurança pública, o delegado Nilson Farias de Oliveira enfrenta desafios complexos e se destaca como exemplo de resiliência e competência.
A cultura mato-grossense também preserva as raízes africanas em manifestações como o Siriri e o Cururu, expressões artísticas que fortalecem a identidade regional e mantêm viva a memória de seus ancestrais.
Neste Dia da Consciência Negra, Mato Grosso honra a trajetória de resistência e celebra os caminhos abertos por figuras históricas e contemporâneas, reafirmando o compromisso com um futuro mais inclusivo e igualitário. Essa data simboliza não apenas o reconhecimento de um passado de lutas, mas também a celebração de uma cultura viva e de uma força coletiva que continua a moldar o estado.