O design de interiores, historicamente associado a estética, luxo e padronização, vem sendo ressignificado por profissionais que trazem experiências diversas para a criação de espaços. Pessoas neurodivergentes, especialmente autistas, têm contribuído para uma nova forma de projetar ambientes que priorizam o conforto sensorial, a organização funcional e a verdadeira inclusão.
É o caso da designer de interiores Pricila Nogueira, que é autista e tem proposto soluções que dialogam diretamente com as necessidades de quem ocupa os espaços. Para ela, o ambiente precisa ser pensado para acolher, e não para impressionar. “Espaços bonitos não podem ser privilégio de poucos. Todo mundo merece se sentir bem onde vive ou trabalha”, afirma.
Com atenção a elementos como iluminação, texturas, sons e organização visual, Pricila demonstra que o design pode e deve ser acessível e sensível à diversidade humana, seja para pessoas neuroatípicas, idosas, crianças ou com mobilidade reduzida. “Inclusão não é uma categoria de projeto. Inclusão precisa ser o padrão”, diz.
Mais do que adaptar, o design inclusivo parte da escuta e da empatia. E quando essa escuta é feita por quem também vivencia o mundo com outras percepções, o resultado são ambientes mais funcionais, confortáveis e respeitosos com as diferenças.
Quem é Pricila Nogueira
Designer de interiores com atuação em todo o Brasil, Pricila Saulus é autista e defensora da presença ativa de mulheres neurodivergentes no mercado de trabalho. Sua trajetória inspira outras empreendedoras ao mostrar que a diversidade é uma potente fonte de inovação. Para ela, cada projeto é uma oportunidade de transformar espaços em ambientes mais humanos, funcionais e acolhedores. “Quanto mais diferentes somos, mais ricas ficam as soluções que criamos”, afirma.