Durante a gravidez e após a chegada do bebê, muitas mães enfrentam mudanças significativas em seus corpos, que nem sempre se resolvem com o tempo ou com exercícios físicos. A procura por cirurgias plásticas pós-gestação, como abdominoplastia e mamoplastia, tem se tornado cada vez mais frequente, mas nem todos os procedimentos são recomendados de imediato.
Especialistas ressaltam que decidir por uma cirurgia plástica após a gestação envolve mais do que o desejo de recuperar a autoestima. É preciso respeitar o tempo que o corpo necessita para se restabelecer por completo das transformações da gravidez. O cirurgião plástico Guilherme Ribeiro, da Clínica Fibonacci, destaca que também é crucial aguardar o fim da amamentação antes de qualquer procedimento estético, seja a paciente mãe por parto normal ou cesárea.
"Para a cirurgia de mama, penso em seis meses após o término da amamentação. Então, se a paciente amamentar durante um ano, será em 18 meses. Se ela amamentar por um mês, serão sete meses", explica o médico. Segundo o especialista, esse tempo é necessário porque o tecido mamário passa por muitas alterações durante a lactação. E, qualquer intervenção prematura poderá comprometer os resultados desejados e colocar em risco também a saúde da mãe.
Quando se trata de procedimentos como lipoaspiração e abdominoplastia, também é recomendado um tempo de espera. Ele varia de seis meses a um ano após o nascimento do bebê. Guilherme Ribeiro ressalta que o período ideal para a cirurgia está relacionado à perda de peso e à recuperação do corpo ao estado pré-gestacional. "Tanto na cesárea, quanto no parto normal, é um prazo que vai de, no mínimo, seis meses a um ano depois do nascimento. E isso depende muito do ganho de peso no pré-operatório e do retorno ao peso ideal", comenta.
Além disso, o médico reforça, que é imprescindível que a mulher já tenha encerrado a amamentação antes de se submeter a esses procedimentos, pois o processo de lactação pode interferir tanto na segurança, quanto nos resultados cirúrgicos.
E para quem pensa em realizar cirurgias plásticas logo após o parto, o especialista é enfático: “Nem pensar! O corpo passa por transformações e adaptações significativas no período pós-parto, e a realização de procedimentos cirúrgicos durante esse momento pode acarretar em riscos para a saúde da paciente, além de interferir na cicatrização”.
Ideias como a de unir cirurgias plásticas ao parto, ainda que raras, não têm respaldo do especialista. "Não são indicadas propostas do cirurgião plástico participar do momento do parto para estruturar ou costurar o músculo, ou mesmo para fazer uma lipoaspiração no parto", reforça Ribeiro.
Cuidados e Expectativas Pós-operatórias
Uma vez respeitados os tempos de espera e realizados os procedimentos, é importante que a paciente tenha expectativas realistas sobre os resultados e siga todas as orientações pós-operatórias. O período de recuperação requer cuidados específicos, como repouso adequado, uso de cintas compressivas e acompanhamento médico constante.
“Cada corpo é único e reage de forma diferente às cirurgias, mas a paciência e os cuidados são fundamentais para alcançar os resultados esperados”, completa o especialista”.
Dessa forma, as cirurgias plásticas após a gestação oferecem a possibilidade de resgatar a confiança e a autoestima das mães, mas devem ser realizadas de forma consciente, respeitando o tempo de recuperação natural do corpo e sempre com o acompanhamento de um profissional especializado.
Sobre Guilherme Ribeiro
Guilherme Ribeiro é cirurgião plástico, formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Com ampla experiência, possui residências em Cirurgia Geral e Plástica nas renomadas instituições Santa Casa de Misericórdia de Minas Gerais e no Hospital das Clínicas da UFMG.
Atualmente, integra o corpo clínico da Clínica Fibonacci e é reconhecido pelo atendimento de excelência, pautado pela ética e um compromisso profundo com as individualidades de cada paciente.