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As recentes enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram à tona comportamentos únicos e preocupantes de cães durante os resgates, atraindo a atenção da mídia e do público. Marcela Barbieri (@marcela.barbieri no Instagram), veterinária especialista em comportamento canino, analisa como esses eventos traumáticos afetam os animais e como podemos ajudá-los.
Vídeos e relatos nas redes sociais mostram cães reagindo de diferentes formas durante os resgates. Alguns correm em direção aos socorristas, enquanto outros, dominados pelo medo, tentam fugir. Além disso, há registros de comportamentos pós-traumáticos, como movimentos repetitivos de natação mesmo fora d'água e uma busca incessante por locais altos, indicando medo de novas inundações.
Comportamentos observados
- Confiança vs. medo: Muitos cães correm em direção aos socorristas, possivelmente devido a experiências positivas anteriores com humanos. Em contrapartida, cães mais traumatizados reagem fugindo.
- Movimentos repetitivos: Alguns cães, após serem retirados da água, continuam fazendo movimentos de natação com as patas. "É uma resposta automática do corpo devido ao trauma e ao estresse," explica a veterinária.
- Busca por locais elevados: A insistência em subir em telhados ou pontos altos indica um medo profundo de novas inundações. "Esses comportamentos são memórias traumáticas associadas ao que acabaram de passar," comenta Marcela.
Como ajudar cães traumatizados
Segundo Marcela Barbieri, há algumas recomendações para ajudar cães que passaram por situações traumáticas:
- Se o cão já reencontrou a família, é importante restabelecer a rotina aos poucos, controlar um pouco o gasto de energia de forma até que o cachorro se recupere e possa retomar atividades mais intensas. A rotina restabelecida ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade do cão;
- É o momento de caprichar no enriquecimento ambiental para estimular o sistema cognitivo do cão, essa é uma ferramenta de grande valor e impacto na promoção da saúde física, mental e emocional dos animais.
- Garantir um ambiente seguro e confortável: é importante proporcionar um espaço tranquilo, longe de estímulos estressantes.
- Paciência: usar técnicas de reforço positivo e evitar punições.
- Consultas veterinárias e comportamentais: se possível, procurar a ajuda de um veterinário especializado em comportamento animal.