Lena Madesin Phillips, advogada norte-americana que viveu no século passado, falecida em 1955, fundou uma das mais influentes organizações de mulheres, a Federação Internacional de Mulheres de Negócios e Profissionais- (The International Federation of Business and Professonal Women -BPW International ). A organização que completa dia 26 de agosto, 86 anos e está presente nos cinco continentes, em cerca de 100 países, distribuídos nas nações: Africa e Países Árabes; America do Norte e Caribe de Fala Inglesa, America Latina e Caribe de Fala Hispânica; Ásia, Oceania e Europa. Em nível mundial tem assento e status consultivo em várias organizações e agências mundiais, a exemplo da Organização das Nações Unidas-ONU, Unesco, Organização Internacional do Trabalho; e UNIFEM- Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a mulher . e ECOSOC- Conselho Econômico e Social das Nações Unidas
Em um dos discursos mais significativos de sua exitosa carreira, a advogada Lena Madesin Phillips disse na noite de 26 de agosto de 1930, em Genebra-Suíça, quando acabava de ser fundada a BPW Internacional, que as mulheres encontrariam nesta rede novas oportunidades, mas também novas grandes responsabilidades. E deixou o aviso de que “aquelas que constroem novas organizações devem também saber como enfrentar os descrentes e os questionadores que dirão não só ‘o que está conseguindo?’, mas também ‘o que eu ganho com isso?’. Na verdade, nós devemos ser capazes de enfrentar críticas mais duras do que essas, mas, se nosso propósito for certo, se nós tivermos fé, visão e coragem, a realização virá”.
Lena foi uma espécie de tecelã mater. Os fios que ela teceu, sem egoísmo os lançou para o mundo, dando início à rede de mulheres de negócios e profissionais, que chegou ao Brasil com a fundação da sua primeira associação na capital de São Paulo, em março de 1975.
Sobre Lena Madesin Phillips
Lisa Sérgio registrou a obra de Lena Madesin Phillips, na obra “Uma medida cheia”, extraindo da autobiografia da fundadora da BPW Internacional. Nele consta que ela nasceu em “um lugar agradável para nascer, Kentucky”, pois era assim que Lena gostava de dizer.
Na época que fundou a BPW Internacional “existiam meia dúzia de entidades internacionais militando pela igualdade política,educacional e social entre os sexos, mas Lena Madesin Phillips há muito estava convencida de que nenhuma de forma de igualdade poderia durar, ou ser efetiva quando conseguida, a menos que tivesse uma sólida base econômica. Assim, por aproximadamente quinze anos, ela centralizou seus esforços em organizar mulheres que ganhavam seu próprio sustento com trabalho ou uma profissão, começando em seu próprio país, os Estados Unidos, onde ela alcançou seus objetivos em 1919”, diz a autora, Lisa Sérgio.
No dia 26 de agosto, 10 anos após o Estados Unidos dar direito a mulher votar, e 11 anos após criar a primeira BPW, a advogada americana tomou por base a associação pioneira para fundá-la internacionalmente, tendo como local, a cidade de Genebra, Suiça, durante uma conferência de mulheres de negócios e profissionais, que aconteceu no período de 24 a 26 de agosto.
A data de 26 de agosto, considerada como o Dia da Igualdade Feminina, foi também o dia da fundação da BPW Internacional, e isso se deve ao trabalho de Lena, que não mediu esforços para colocar as mulheres em patamares elevados as empoderando em suas carreiras. Foi definido na fundação que a BPW teria em seus objetivos: promover as relações amigáveis entre as mulheres de todos os países, cooperar nos interesses em comum e trabalhar para maiores padrões de serviços a comunidade e nações; deveria ser estritamente apartidária e não sectária.
São palavras de Lena Madesin Phillips, durante a fundação da BPW Internacional: “Vamos nos unir e ver o que podemos fazer. Aqui está uma oportunidade para trabalho duro, e até mesmo controverso e a semelhança em ser desvalorizada e incompreendida. Mas aqui está também a oportunidade para um novo serviço”. A proposta da fundação foi acolhida pelas delegadas que representavam 16 países na Conferência de Genebra, da qual participavam cerca de duzentas mulheres. Na primeira diretoria, mulheres de negócios e profissionais dos Estados Unidos, Itália, França, Áustria, Grã- Bretanha.
Hoje a BPW Internacional é presidida pela média, Yasmin Darwich, da BPW México. Coordena a BPW na América Latina, a argentyina, Marta Solimano, e Sueli Batisdta, fundadora da BPW Cuiabá, e que presidiu a BPW Brasil, de 2011a 2013 é uma das vice-coordenadoras.
A BPW no Brasil
O legado deixado por Lena Madesin Phillips ganhou o mundo e a BPW chegou ao Brasil, 20 anos após sua morte. Foi na década de 70, época considerada de grande importância para a liberação feminina, que foi fundada no Brasil a primeira organização da rede no país, a BPW São Paulo, em março de 1975.
No dia 17 de agosto de 1987 foi fundada a BPW Brasil, durante o Congresso da BPW Internacional em Haia- Holanda. Na época tinha três organizações no país: A BPW São Paulo, a BPW Brasília e a BPW Joinville – Hoje BPW Florianópolis.
A diplomação da BPW Brasil, na época com a sigla de FAMNP ocorreu no dia 17 de agosto de 1987, com a seguinte composição: presidente, Maria Paula Caetano da Silva, primeira vice presidente, Marta Bittar Cury, segunda vice-presidente, Ivete Senise Ferreira, secretária, Amália Ruth Borges Schmidt, e tesoureira, Maria Inês Fontanelle Mourão, que foi a responsável pela fundação da BPW Brasília, com apoio da Associação Comercial do Distrito Federal. A presidente da BPW Internacional na época era Tuulikki Jusella (BPW Finlândia).
BPW em Mato Grosso
Com a prioridade de congregar e orientar mulheres na busca do seu desenvolvimento pleno, tanto nas esferas de poder público, como também de mercado, a BPW chegou a Mato Grosso, no ano 2000, sendo a primeira organização, a BPW Tangará da Serra, fundada pela profissional da área de beleza, Leocilda Martinelli. Já presidiu a organização: Leocilda Martinelli, Vania Trettel, Aliuda Tanaka,Luciana Vieira, Leani Ruppel. Atualmente é presidida por Aparecida Martins.
A BPW Cuiabá foi fundada em 4 de dezembro de 2001, pela jornalista e empresária Sueli Batista. Na época a BPW Brasil era presidida por Maria Inês Bunning, agropecuarista do Mato Grosso do Sul. Ingressou no seu quadro associativo 133 mulheres de negócios e profissionais. Num olhar lançado sobre 15 anos de história, verifica-se que a BPW Cuiabá, através de seus projetos e ações, contribuiu ativamente para a construção de um cenário mais propício para a mulher empreender e se empoderar, abrindo espaços intelectualmente ativos, altamente produtivo e socialmente representativo. Atualmente é presidida pela fonoaudióloga, Sônia Mazetto e já teve na presidência além de Sueli Batista, que ficou por duas gestões; a educadora Marilise Doege Esteves, que ficou dois anos no comando, e a jornalista e empresária Mariza Bazo, que presidiu por duas gestões.
A BPW Cuiabá tem assento no Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres; no Fórum de Responsabilidade Social da Assembléia Legislativa, no Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, e na Comissão Julgadora do Prêmio Sebrae Mulhetr de Negócios.
Dentre os principais projetos da organização, em atividade constam: o Março é Mulher, a Campanha Sou Doadora de Vida, a Vitrine BPW de Oportunidades; o Compartilhar e Mulher no Ciclo Vicioso – Álcool e Drogas.
Todas as presidentes que passaram pela BPW Cuiabá continuaram a promover ações de impacto na sociedade. Assim como fez Lena Madesin Phillips, fundadora da primeira BPW no mundo, a Estados Unidos em 1919, e responsável pela fundação da BPW Internacional em 1930, as líderes da BPW Cuiabá, romperam barreiras ajudando a distanciar as desigualdades entre homens e mulheres, tecendo assim a rede indutora do empoderamento e do empreendedorismo feminino.
Na obra “Uma medida cheia”, foi registrado que a morte de Lena Madesin Phillips foi noticiada pelo New York Times, e reproduzida pela imprensa de vfários países, e em jornais de todo Estados Unidos. “Cabogramas, telegramas e cartões se empilharam no escritório de Biltmore em Nova York, em Apple Acres, em Nicholosville, Kentucky e no escritório da Federação em Londres. A notícia era difícil de acreditar. Madesin era uma das pessoas mais vitais e vibrantes que a maioria dos seus amigos e parceiros conhecera”.
Diz ainda na obra “Uma medida cheia”, que na cruz celta que marca o lugar do descanso de Lena Madesin Phillips está gravado o mandamento de Cristo que ela fervorosamente se esforçou para obedecer. “Eu lhes dou um novo mandamento, amai-vos uns aos outros”.
Um pouco da história do legado deixado por Lena Madesin Phillips está sendo apresentado em todo o país. A comemoração em Cuiabá ocorre na própria data, em cerimônia na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.