No dia 25 de julho é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma data que celebra a força, a resiliência e a contribuição significativa das mulheres negras em toda a América Latina e no Caribe. Considerado um marco no mês chamado “Julho das Pretas”, esse é um momento em que muitas pessoas aproveitam a oportunidade para refletir sobre os desafios enfrentados pelas mulheres negras, homenagear suas conquistas e reafirmar o compromisso com a equidade e a justiça social.
Instituída em 1992 durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, esta época não apenas reconhece a luta contínua contra o racismo e o sexismo, mas também destaca a rica herança cultural e o papel vital dessas mulheres na construção de sociedades mais justas e igualitárias.
Apesar das mulheres negras não serem a maioria em cargos de lideranças, muitas se destacam pela variedade de expertise de mercado como empreendedorismo, comunicação, finanças, consultoria e educação. Pensando nisso, as executivas Adriana Barbosa, fundadora do Festival Feira Preta; Juliana Oliveira, CEO da Agência Oliver Press; Viviane Elias Moreira, Head de Operações, Riscos e Governança da Circular Brain; Marta Celestino, CEO da Ebony English e Luana Corrêa, diretora de consultoria estratégica da Mais Diversidade selecionaram algumas dicas para mulheres que querem alcançar cargos de liderança. Veja:
Rede de apoio - Adriana Barbosa
“Ao longo da minha carreira, a rede de apoio sempre foi essencial. Minha família, com seu histórico de empreendedorismo, foi meu primeiro grande pilar, oferecendo inspiração e suporte contínuo. Além disso, a PretaHub tem sido fundamental, proporcionando um espaço onde empreendedores negros podem encontrar suporte, trocar experiências e crescer juntos. Estar cercada por uma comunidade que compartilha valores e objetivos comuns não só fortalece, mas também abre portas para novas oportunidades que, sozinha, eu talvez não alcançasse. Essa rede oferece o suporte emocional, a troca de conhecimento e o encorajamento necessários para enfrentar desafios e seguir em frente.”
Desenvolvimento profissional - Juliana Oliveira
"Minha trajetória foi marcada por desafios e superações, mas foi essa jornada que me permitiu desenvolver uma experiência única em diversas áreas. Hoje, como mulher negra em uma posição de liderança, vejo a importância de continuar crescendo e contribuindo para abrir caminhos para outras mulheres negras que, assim como eu, buscam se destacar em seus campos de atuação. Nosso desenvolvimento profissional é uma força transformadora no mercado."
Equilíbrio e resiliência - Marta Celestino
“O equilíbrio para mulheres que desejam cargos de liderança, surgem quando compreendemos que liderança não se trata de poder, mas de influência positiva. É fundamental nos policiarmos para evitar a repetição de comportamentos opressores e, em vez disso, focar na promoção do progresso coletivo”.
Saúde mental - Viviane Elias
“O grande equilíbrio da segurança psicológica e mental de todas as pessoas que querem ser executiva é aceitar que todos nós temos vulnerabilidades. Portanto, não devemos romantizar histórias de outros na construção do nosso perfil pessoal e de liderança, porque eventualmente isso pode criar algumas situações de ansiedade ou algumas expectativas que não podem ser alcançadas dentro do mundo executivo, e isso não quer dizer que se eu não alcancei essa expectativa, eu falhei ou sou um fracasso dentro da minha carreira. Então, ter um equilíbrio, aceitar vulnerabilidade, não romantizar trajetórias, mas, sim, se inspirar e entender o que nos faz feliz, é o que pode garantir, de alguma forma, o mínimo de segurança psicológica vindo da gente, da nossa parte quanto pessoa física, uma vez que existem variáveis que podem impactar esses setores enquanto pessoas jurídicas. Mas se a gente tem essa nossa variável, nossos valores negociáveis pessoais muito bem sedimentados, conseguimos nos conectar com empresas que estejam aderentes conosco”.
Presença em diversos setores - Luana Corrêa
“Conecte-se com mulheres negras, faça mentorias, construa sua rede de contatos e conexões com pessoas inspiradoras e com os mesmos valores que você é um dos caminhos para portas de entradas. Além disso, se aproxime de uma rede de apoio profissional, profissionais que te apoiem, que te auxiliem, porque a jornada terá desafios e é importante não estar só quando eles aparecerem. E o mais importante é: evite comparações e tenha clareza sobre o seu desejo individual, faça planos e se organize. Lembre-se diariamente que a sua jornada é única e potente, é preciso sempre a valorizar. Busque seu autodesenvolvimento, sem esquecer jamais do seu valor.”