O mês de agosto é especialmente dedicado à conscientização sobre a importância do aleitamento, destacando a campanha “Agosto Dourado”, criada há duas décadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O termo “dourado” está associado ao leite materno por ser considerado o “padrão ouro” da alimentação de bebês devido aos inúmeros benefícios que oferece.
Neste ano, a Semana Mundial da Amamentação 2024, que ocorre de 1 a 7 de agosto, será promovida pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030. A meta é a sobrevivência, saúde e bem-estar em todas as situações, destacando a necessidade de melhorar o apoio à amamentação e reduzir desigualdades.
Embora a amamentação seja uma grande aliada da saúde da criança devido aos seus inúmeros benefícios, que além de nutrição têm grande poder de prevenir doenças, de acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde, as taxas mundiais de aleitamento materno ainda estão muito abaixo do ideal.
De acordo com resultados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) do Ministério da Saúde de 2019 onde foram avaliadas 14.558 crianças menores de cinco anos, 52,1% das crianças brasileiras continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida. Entre as menores de seis meses o índice de amamentação exclusiva é de 45,8%. Dados mostram que o país ainda está abaixo da média mundial atual e também da meta a ser atingida até 2030.
Quando se trata de bebês prematuros, as dificuldades são ainda maiores. Hoje a prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil no Brasil. O país é o décimo no ranking mundial da prematuridade, no qual mais de 12% dos partos realizados são de prematuros. Neste sentido, a Associação Brasileira de Pais e Familiares de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com, reforça o papel essencial que a amamentação e o leite materno têm para a saúde dos prematuros, com impacto positivo para o seu crescimento e desenvolvimento saudável, além da qualidade de vida durante a primeira infância até a fase adulta, evitando doenças como diabetes e hipertensão, entre outras.
“O leite materno das mães de prematuros é diferente do leite produzido pelas mães de bebês que nascem a termo, principalmente no que diz respeito à quantidade de proteínas, calorias e fatores de proteção. A amamentação do prematuro, além de fortalecer o vínculo mãe-filho, muitas vezes abalado por longas permanências na UTI Neonatal, é responsável por favorecer a maturação gastrointestinal e aumentar desempenho neuropsicomotor dessas crianças”, explica a nutricionista Simone Saldibia que também é coordenadora do conselho científico da ONG Prematuridade.com.
Comprometida com a causa, a entidade apoia a ideia de que todos tenham suporte e oportunidade para amamentar, sendo fundamental que ninguém fique para trás, principalmente as mães vulneráveis e de prematuros que podem precisar de amparo adicional para a prática da amamentação.
“A amamentação é um direito e uma necessidade fundamental para a saúde das crianças, especialmente dos bebês prematuros. A conscientização e o apoio à prática, tanto no ambiente de trabalho quanto na sociedade em geral, são essenciais para garantir que todas as mães possam amamentar seus filhos de forma segura e saudável.”, salienta Simone.
Sobre a ONG Prematuridade.com - A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com, é a única organização sem fins lucrativos dedicada, em âmbito nacional, à prevenção do parto prematuro e à garantia dos direitos dos prematuros e de suas famílias. A ONG é referência para ações voltadas à prematuridade e representa o Brasil em iniciativas e redes globais que visam o cuidado à saúde materna e neonatal. A organização desenvolve ações políticas e sociais, bem como projetos em parceria com a iniciativa privada, tais como campanhas de conscientização, ações beneficentes, capacitação de profissionais de saúde, colaboração em pesquisas, aconselhamento jurídico e acolhimento às famílias, entre outras.