Além de promover a conscientização sobre o câncer de mama, o Outubro Rosa também é um momento importante para falar sobre a qualidade de vida durante os tratamentos oncológicos. Quem enfrenta o câncer pode sofrer efeitos colaterais que vão além dos sintomas tradicionais, como náuseas e queda de pelos. Você sabia, por exemplo, que os olhos também podem ser afetados? Abordagens terapêuticas como quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo podem causar desconfortos, danos e até mesmo doenças oculares.
“Cuidar da saúde ocular durante esse período é mais do que tratar sintomas, é olhar com carinho para as necessidades de quem já está em uma situação vulnerável. Um gesto de acolhimento e respeito à jornada do paciente, proporciona mais bem-estar e conforto ao longo do tratamento”, afirma a oftalmologista Maria Fernanda Viana, especialista em glaucoma da Oftalmologia Felício Rocho.
Um estudo publicado recentemente na revista Retinal Physician (2024), apontou que até 24% dos pacientes que usam inibidores de checkpoints imunológicos, medicamentos que ajudam o organismo a combater as células cancerígenas, apresentam a Síndrome do Olho Seco. Já cerca de 1% desenvolve uveíte, uma inflamação dentro dos olhos.
Pacientes que fazem uso de terapias-alvo, como inibidores de EGFR (Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico) ou FGFR (Receptor do Fator de Crescimento de Fibroblastos), também podem ter complicações oculares. De acordo com dados do BMC Ophthalmology, a incidência gira em torno de 16,9%.
“Esses medicamentos, amplamente utilizados em tratamentos contra câncer de mama, por exemplo, bloqueiam o crescimento das células tumorais, mas também afetam as células saudáveis dos olhos”, explica a médica.
Complicações oculares durante a quimioterapia
Os medicamentos quimioterápicos, embora fundamentais no combate às células cancerígenas, também podem afetar os olhos. Segundo a médica, sintomas como olho seco, irritação, visão embaçada, sensibilidade à luz e até alterações na percepção de cores, podem ser sentidos pelos pacientes.
"Muitas pessoas não associam problemas oculares à quimioterapia, mas é crucial estar atento. Sintomas visuais podem ser indicativos de que algo precisa ser avaliado por um especialista", destaca a oftalmologista.
Ela reforça a importância do acompanhamento médico: "Procurar um oftalmologista ao primeiro sinal de desconforto é fundamental. O uso de colírios específicos, lágrimas artificiais e proteção contra luz forte podem proporcionar mais conforto e evitar complicações."
Cuidado com os olhos faz parte do tratamento
O cuidado com a visão também faz parte do tratamento oncológico. “Manter uma rotina de higiene ocular, usar óculos escuros para proteger da sensibilidade à luz e buscar acompanhamento especializado ajudam a reduzir o impacto desses efeitos colaterais. Afinal, atravessar a quimioterapia e outros tratamentos com mais conforto é essencial para garantir qualidade de vida durante essa fase”, finaliza Viana.
Sobre Oftalmologia Felício Rocho:
A Oftalmologia Felício Rocho é uma instituição especializada em oftalmologia, parceira do Hospital Felício Rocho. Comprometida com a excelência em cuidados visuais, oferecemos um leque completo de serviços, desde consultas detalhadas até exames oftalmológicos avançados, empregando as mais recentes tecnologias para garantir diagnósticos precisos e tratamentos eficazes. Nossa equipe é formada por profissionais altamente qualificados e dedicados, reconhecidos pela competência em diagnósticos, tratamentos e cirurgias oculares.