Ainda que um tipo de psicoterapia encaixe melhor em determinado perfil de pessoa, e que pode não ser o mais indicado para outra, segundo a psicóloga Ana Paula Jacomino o mais importante para que este trabalho aconteça é a pessoa se sentir confortável e confiante no profissional escolhido. Só assim ocorrerá a construção do vínculo, aspecto fundamental para o sucesso do processo.
Jacomino, que possui formação e Pós graduação pela UFSC, especialização em Leitura Corporal, Gestalt terapia e Psicanálise, além de mais de 26 anos de prática clínica, cita Carl Jung sobre a importância e o compromisso do profissional para com seus pacientes “conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), temos no Brasil a população mais ansiosa do mundo, assim como crescem cada vez mais os casos de depressão, suicídio, entre outros. É necessário cada vez mais a conscientização de quanto antes buscar ajuda, melhor. E, não precisa ser uma situação de limite ou um sofrimento agudo, todas as questões que fazem parte da humanidade, como luto, dificuldades em dar limites, fobias, conflitos familiares, conflitos de casal e até mesmo a busca de autoconhecimento, são auxiliados com um processo psicoterapêutico.
Então, se pensarmos nas abordagens como caminhos, que tem suas particularidades, fundamentos e estratégias, mas que no final todas têm o mesmo objetivo, que a pessoa possa lidar com suas questões com maior autonomia, tranquilidade, ressignificando aspectos que foram muito difíceis da própria história, vale a pena conhecer um pouco delas para fazer uma escolha que faça mais sentido com o jeito e momento da pessoa.
TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
Esta terapia aborda emoções, comportamentos e sentimentos, ajudando a pessoa a entender o que está ocorrendo com ela e permitindo um maior controle sobre suas experiências. Podemos dizer que ela atua ajudando a racionalizar emoções que estão descontroladas. É uma terapia que vai no foco para ir reduzindo angústias e a pessoa ir dando conta de lidar. Ela visa a modificação de crenças, e a partir disso, a modificação de pensamentos e comportamentos, com um olhar mais realista sobre tudo.
PSICANÁLISE
Esta técnica se preocupa com aquilo que “cai”, com o que o paciente não falou e não aparece. Ou seja, psicanálise desvela o que estava guardado, escondido, é a escuta do inconsciente, que o psicanalista com sua escuta qualificada vai identificando e mostrando ao paciente. Tem como princípio que o paciente faça associação livre (falar livremente o que vem à cabeça) porque desta forma vai aparecendo o que ficou guardado no inconsciente a partir de traumas que foram vividos na infância. Esta clareza sobre o quanto o inconsciente guia a nossa vida, nossas atitudes, nossa forma de ser, dá recursos e condições, que a pessoa ao acessar o inconsciente, o sintoma deixa de ser necessário e ela passa a ter novas possibilidades.
GESTALT TERAPIA
Traz um método fenomenológico que é como a pessoa se sente no aqui e agora.
Não que o passado não tenha importância, mas esta abordagem foca em como este passado se apresenta hoje. Desta forma traz uma confiança que ao acessar os sintomas, o porquê estão ali e pelo que trabalham, a pessoa vai desenvolvendo aceitação e responsabilização de si, desenvolvendo seus próprios recursos e capacidades para a mudança. Também chamada de terapia do contato, traz a pessoa para o contato com ela mesma, com o mundo e com suas necessidades. É um processo de ampliação de consciência do todo confiando no potencial humano para a mudança.
PSICODRAMA
É um modelo terapêutico que explora a representação dramática possibilitando o livre desempenho de papéis e seus vínculos. Para esta técnica o homem é um ser social que precisa pertencer a um grupo para atender suas necessidades básicas. A base é o trabalho com grupos, mas individual também é possível. Através das representações tudo pode acontecer, é ativo, diálogo vivo, passado é presente e futuro também é.
TERAPIA SISTÊMICA
Também conhecida como terapia familiar, esta abordagem parte do princípio de que uma pessoa desenvolve suas principais características a partir dos sistemas nos quais está inserida. Reconhece que esses sistemas estão em constante evolução e mudança. A terapia investiga até três gerações passadas para identificar padrões familiares, analisando o indivíduo, o sistema conjugal, o sistema fraternal, e o lugar na família, considerando hierarquia, função e papel, assim como a necessidade de ser e pertencer. Abrange o atendimento de crianças a idosos, incluindo casais e famílias.