No Dia Nacional da Dislexia, celebrado em 16 de novembro, o Brasil busca conscientizar a sociedade sobre esse transtorno de aprendizagem que afeta cerca de 5 a 10% da população mundial. Especialistas apontam a importância de identificar e apoiar precocemente crianças e adolescentes com dislexia, especialmente no ambiente escolar, onde adaptações pedagógicas e suporte psicopedagógico são fundamentais para garantir um desenvolvimento acadêmico e emocional saudável.
No Dia Nacional da Dislexia o foco se volta para a conscientização sobre esse transtorno de aprendizagem que afeta cerca de 5 a 10% da população mundial. Caracterizada pela dificuldade na leitura, na escrita e compreensão de textos, a dislexia exige atenção especial no ambiente escolar para que crianças e adolescentes com o transtorno recebam o suporte adequado em seu processo de aprendizagem.
Segundo Tais Guimarães, diretora pedagógica da Legacy School, é essencial que a escola esteja preparada para identificar e apoiar alunos com dislexia. “Muitas vezes, a dislexia passa despercebida nos primeiros anos escolares, o que pode afetar o desempenho e a autoestima dos estudantes. Identificar precocemente esse transtorno e oferecer as adaptações necessárias faz toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e emocional da criança”, explica Tais. Ela destaca que, no Brasil, muitas escolas ainda carecem de estrutura e treinamento para atender as necessidades desses alunos de forma plena.
A Importância do Apoio Psicopedagógico
A psicóloga Cristiani Fonseca, pós-graduanda em Psicologia Escolar e Educacional, também da Legacy School, ressalta que o acompanhamento psicopedagógico é fundamental para ajudar crianças e adolescentes com dislexia a enfrentarem suas dificuldades e fortalecerem suas habilidades. “Muitos alunos com dislexia podem desenvolver insegurança e até ansiedade ao se sentirem diferentes dos colegas ou ao perceberem que precisam de mais tempo para realizar as atividades escolares”, afirma a psicóloga. Ela acrescenta que, na escola, o trabalho é integrado entre psicólogos e pedagogos, permitindo um atendimento personalizado para cada aluno.
Esse suporte, segundo Cristiani, envolve práticas de acolhimento e estratégias que auxiliam no processo de aprendizagem sem sobrecarregar o aluno. Estudos indicam que adaptações como o uso de textos reduzidos, aumento da fonte e espaçamentos, tempo estendido para a conclusão das avaliações, além de atividades multissensoriais podem ajudar significativamente.
Dislexia e Adaptações na Sala de Aula
Estudos recentes reforçam a importância do apoio pedagógico diferenciado para alunos com dislexia. Uma pesquisa de 2021 da Universidade de Cambridge mostrou que crianças disléxicas que recebem apoio adaptado em suas escolas têm 40% mais chances de progredir academicamente em relação a colegas com dislexia que não contam com tais adaptações. Esse apoio pode incluir a utilização de recursos visuais, materiais auditivos e métodos de ensino individualizados.
Na Legacy School, Tais Guimarães explica que são aplicadas adaptações que vão desde a utilização de fontes mais acessíveis para leitura até o uso de tecnologias assistivas para atividades de escrita. “Queremos que esses alunos se sintam incluídos e que possam aprender de maneira confortável, respeitando seu próprio ritmo”, afirma Tais. A escola investe em treinamento contínuo para que os educadores entendam as particularidades do transtorno e saibam aplicar estratégias eficazes em sala de aula.
Construindo um Ambiente de Inclusão e Apoio
Para Tais e Cristiani, o Dia Nacional da Dislexia é uma oportunidade de lembrar da importância de construir ambientes educacionais inclusivos e livres de julgamentos. “Precisamos desmistificar a dislexia, tirando o peso que muitos alunos carregam por acharem que não conseguem acompanhar os colegas”, afirma Cristiani. Ela acrescenta que o ambiente escolar deve ser um espaço seguro, onde todos possam se desenvolver plenamente.
A conscientização sobre a dislexia e o incentivo a práticas educacionais inclusivas são passos essenciais para garantir que as crianças e adolescentes com o transtorno se sintam compreendidos e apoiados. Com essa visão, profissionais como Tais Guimarães e Cristiani Fonseca seguem trabalhando para que a educação brasileira avance na inclusão e adaptação de métodos que atendam às necessidades de cada aluno, celebrando a diversidade na sala de aula. Pois, entendem que é dever da Escola garantir o direito de aprender.