logomarca
Cuiabá, 08 de Fevereiro de 2025.

Palavra de Profissional Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2025, 06:53 - A | A

Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2025, 06h:53 - A | A

Mundo TEA

Autismo e sensibilidade sensorial: Um olhar além dos estereótipos

Divulgação

IMG_0170.jpeg

 

Para muitas pessoas autistas, o mundo pode ser uma sobrecarga constante de estímulos sensoriais. O que é trivial para a maioria — uma luz fluorescente, o som de uma multidão, ou até o toque de uma etiqueta de roupa — pode desencadear desconforto, ansiedade ou crises.

A sensibilidade sensorial, uma característica comum no Transtorno do Espectro Autista (TEA), vai além dos estereótipos frequentemente associados à condição. Enquanto algumas pessoas buscam reduzir estímulos, outras os procuram de forma intensa, seja em movimentos repetitivos ou no contato com texturas específicas.

Mariana Lopes, diagnosticada aos 28 anos, relata como o barulho constante de um ventilador pode afetar sua rotina. “É como se o som não tivesse um botão de desligar na minha cabeça. Ele fica lá, o tempo todo.” Após o diagnóstico, ela começou a usar fones de ouvido com cancelamento de ruído para ajudar no controle sensorial.

Mas a questão sensorial não é apenas um desafio — para alguns, também pode ser um ponto de conexão criativa. “Eu sinto cores”, explica Pedro Henrique, um artista plástico autista que transforma sua hipersensibilidade em obras de arte vibrantes. “O que para os outros é apenas ruído, para mim vira inspiração.”

Especialistas apontam que entender e respeitar essas peculiaridades sensoriais é essencial para criar ambientes mais inclusivos. Na educação, por exemplo, oferecer espaços sensoriais tranquilos ou ajustar a iluminação em sala de aula pode fazer toda a diferença.

“O autismo é um espectro, e cada pessoa tem necessidades únicas. Isso inclui como elas interagem com o mundo sensorial”, afirma a psicóloga Ana Beatriz Figueiredo.

À medida que o debate sobre o autismo ganha mais nuances, compreender a sensibilidade sensorial se torna uma peça fundamental na luta por inclusão e respeito. Afinal, o mundo pode ser um lugar muito diferente dependendo de como é sentido.




Comente esta notícia