Ontem (16), o Brasil elegeu um novo milionário: o motorista de aplicativo Davi Brito. Depois de juntar prêmios como um celular, videogame, um carro no valor de R$280 mil e mais R$120 mil em dinheiro, o jovem de apenas 21 anos embolsou mais R$2,92 milhões ao vencer o Big Brother Brasil com 60% dos votos. Nascido e criado na capital da Bahia, a vitória dele segue sendo festejada em Salvador - destino que recebeu mais de 5,9 milhões de viajantes em 2023, entre aéreos e rodoviários, segundo dados da Secretaria de Turismo do Governo do Estado da Bahia. Para aqueles que desejam conhecer e aproveitar a cidade do vencedor do reality, um dos destinos mais buscados pelos brasileiros segundo o Google, o Hurb, empresa de tecnologia que atua no mercado de turismo há 13 anos, indica passeios que enaltecem o que Salvador tem de melhor.
O ponto de partida deste roteiro turístico é o Pelourinho. Conhecido pela arquitetura colonial em cores vibrantes, o espaço já foi o centro administrativo de Salvador, mas ganhou uma importância cultural ainda maior na década de 1980, depois de ser revitalizado para preservar o patrimônio cultural local, em projeto com a UNESCO. Suas ruas foram imortalizadas por Michael Jackson, que escolheu suas ladeiras como cenário para o clipe da música “They don’t care about us”, gravado em 1996, junto ao grupo Olodum, para trazer ritmo brasileiro à música.
Esse é apenas um dos casos que revela como Salvador reúne a história e tradição afro-brasileiras, atualizadas pela cultura contemporânea em suas diversas manifestações. A primeira capital do país, que também é a cidade com a maior população negra nacional e fora do continente africano, não deixa de lado suas influências indígenas e europeias. Ainda no bairro do Pelourinho, é possível se conectar com as histórias regionais e do país por meio de diferentes formas. As igrejas barrocas, como a de São Francisco, e das rococós, como a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, são exemplos do estilo arquitetônico deixado pelos portugueses.
Os temperos e ingredientes característicos da culinária baiana, que ecoam a gastronomia da África ocidental, podem ser apreciados com o tradicional acarajé da Dinha: o bolinho com massa de feijão fradinho, recheado de Vatapá - leite de coco, castanha de caju, camarão e coentro - ou Caruru - amendoim, farinha de mandioca, quiabo, amendoim e camarão seco -, produzido pelas mulheres da família de sua precursora, sempre acompanhados pelo azeite de dendê. Para experimentar a tradicional moqueca baiana, os restaurantes Odoyá e Sorriso de Dadá são alguns dos preferidos.
Para curtir a noite, vale experimentar as bebidas produzidas a partir da infusão de sabores do bar O Cravinho, sendo a combinação entre cachaça, cravo, limão e mel o carro-chefe do negócio. Variações com infusão de canela e casca de jatobá também fazem sucesso entre os clientes do tradicional ponto de encontro, em atividade desde 1987.
Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, em 2014, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e tombada em 2008 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a capoeira é celebrada em dois diferentes pontos do Pelourinho: na Fundação Mestre Bimba (FUMEB) e na Casa da Capoeira. Com elementos de dança e artes marciais, a roda de capoeira é um dos símbolos da resistência das pessoas escravizadas
Conhecido como Mestre Bimba, Manoel dos Reis Machado criou a luta regional baiana, estilo de prática que veio a se chamar Capoeira Regional mais tarde. Sua fundação busca difundir sua obra e legado, com eventos e atividades relacionados à arte, como cursos para produção de instrumentos musicais. Já a Casa da Capoeira Pelourinho é capitaneada pelo Mestre Davi Pittbull e, além de aulas, o espaço reúne um acervo sobre o estudo da capoeira e outras manifestações culturais.
Além do Pelourinho, não dá para dizer que conheceu a Bahia sem visitar o bairro do Rio Vermelho, região boêmia da capital baiana. Reduto artístico na década de 1960, o local foi casa do casal de escritores baianos Jorge Amado e Zélia Gattai. Na Casa do Rio Vermelho, é possível conhecer um pouco mais sobre a vida, obra e história tanto do casal, quanto da cidade. Além de preservar aspectos dos tempos de seus moradores ilustres, a casa abriga fotografias, livros e outros objetos que mantêm viva a obra dos autores, assim como a de Salvador.