Quando as mulheres percebem um caroço no seio, é comum ficarem assustadas. Geralmente, trata-se de uma lesão na mama, podendo ser um cisto ou nódulo. Neste caso, a orientação é procurar o ginecologista ou mastologista. Nem sempre, a alteração é sinal de câncer de mama, podendo ocorrer devido às oscilações hormonais que acontecem durante o ciclo menstrual. Por isso, a importância da avaliação profissional.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o segundo tipo da doença mais comum em mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o órgão, a estimativa é que sejam registrados 74 mil novos casos até 2025.
As informações acendem o alerta sobre a necessidade de atenção aos sinais da doença. De acordo com o Inca, quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura e a qualidade de vida das pacientes durante o tratamento.
Em caso de suspeita da doença, os exames de imagem e a realização da biópsia do nódulo são indicados pelo Ministério da Saúde para a definição do diagnóstico. Além disso, o acompanhamento médico regular ajuda na identificação precoce de possíveis tumores malignos e na realização dos tratamentos de câncer de mama ainda no estágio inicial da doença.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a mamografia deve ser realizada todo ano por mulheres acima de 40 anos. Para aquelas com histórico de câncer de mama na família, o exame é indicado a partir dos 30 anos. Manter-se bem informada e saber realizar de forma adequada o autoexame também podem ajudar no monitoramento.
Quais exames fazer?
Os exames são indicados para ter maior precisão no diagnóstico. A depender do caso, diferentes tipos de avaliações podem ser solicitadas.
Ultrassonografia
É uma avaliação complementar para rastrear a presença de nódulos, cistos e qualquer alteração na mama. Por meio de ondas sonoras de alta frequência, é possível obter imagens de toda estrutura interna dos seios. O exame pode ser realizado em mulheres jovens, porém, não substitui a mamografia.
Mamografia
É um exame radiológico para a identificação precoce de câncer de mama, nódulos, cistos e calcificações. O mamógrafo realiza a captação das imagens, para isso, a paciente deve ficar de pé e comprimir os seios sobre as placas do aparelho, facilitando a detecção de possíveis alterações.
A mamografia é capaz de descobrir alterações nos seios antes mesmo de serem sentidas no toque e, por isso, é aconselhável manter a frequência na sua realização.
Biópsia
Consiste na retirada de uma pequena parte do nódulo. Normalmente, o exame é realizado com o auxílio de uma agulha fina, que aspira o material dos tecidos. Entretanto, se o nódulo estiver em uma região de difícil acesso, pode ser indicada a realização de uma pequena cirurgia. É comum que a solicitação da biópsia surja após outros exames, a fim de confirmar o diagnóstico de câncer de mama.
Ressonância magnética
Trata-se de um exame mais específico, com uso de ímãs e ondas de rádio para gerar imagens detalhadas da região dos seios. Pode ser indicado para confirmar o diagnóstico de câncer de mama, investigar a extensão do tumor e identificar novos focos de lesões.
Textura, tamanho e forma: como saber se um nódulo na mama é cancerígeno?
Os nódulos apresentam diferentes aspectos: podem ser duros ou macios, irregulares ou com bordas bem definidas, fixos ou com a capacidade de se moverem pela pele. Além disso, as pessoas podem descrever as características de forma distinta. Por isso, os médicos reforçam a importância dos exames para a determinação da presença de nódulos malignos.
A mastologista, Isabella Figueiredo, explica que é comum o aparecimento de nódulos e cistos nas mamas. A principal diferença entre eles está na composição: os cistos contêm líquido em seu interior, já os nódulos são sólidos. Assim, ao notar uma lesão na região, é possível perceber as diferenças.
Além disso, não existe a possibilidade de um nódulo ou cisto benigno transformar-se em maligno. “Um nódulo maligno já nasce assim, nenhum nódulo benigno ou cisto vira câncer. Já os cistos podem surgir dos 20 aos 50 anos, e não precisa se preocupar, só é preciso acompanhar”, afirmou a mastologista em entrevista à imprensa.
Após a realização dos exames, existe uma escala de classificação para as lesões. O sistema Bi-Rads classifica um cisto ou nódulo como:
Categoria 0: o exame foi inconclusivo, sendo necessário refazer as avaliações.
Categoria 1: apresenta resultado normal, devendo ser mantidas as checagens de rotina.
Categoria 2: caracteriza alterações benignas, sem risco de câncer de mama.
Categoria 3: decretação de alterações benignas, porém o risco de câncer de mama pode chegar a 3%. É aconselhável o acompanhamento a cada 6 meses
Categoria 4: achado suspeito, sendo necessários outros exames e biópsia para investigação.
Categoria 5: altas chances de malignidade do nódulo, com risco de câncer de 95%.
Categoria 6: conclusão do diagnóstico de câncer de mama, sendo necessário dar início ao tratamento.